O Funnel Hacking Live 2023 foi uma conferência de marketing realizada pela Clickfunnels, cujo principal protagonista é o CEO da companhia, Russell Brunson.
Russell Brunson começou a sua jornada no empreendedorismo ainda durante a faculdade, onde procurou explorar todas as possibilidades que o universo digital lhe proporcionava.
Desde jovem consumia cartas de venda e assistia aos programas de televendas noturnos, pois vivia intrigado e tinha o desejo de perceber como é que estes anunciantes operavam para conseguir vender.
Na sua ideia (e com toda a lógica), se estes anunciantes estavam há vários anos a anunciar na televisão, é porque tinham vendas que justificassem os milhares ou milhões de dólares investidos em espaço publicitário em canais de televisão nacional americanos.
Na sua jornada teve altos e baixos, até que finalmente percebeu que as estratégias usadas pelos profissionais de direct mail marketing poderiam ser aplicadas no digital, não com lojas online, mas sim com funis de venda.
Assim nasceu a Clickfunnels (software de criação de funis) que hoje é líder no mercado.
Russel é um homem extremamente inteligente. Uma vez que ele lê e percebe o que está a ler, nunca mais esquece. Mas aquilo que realmente o diferencia (na minha visão) é o facto de aplicar e testar aquilo que aprende.
Percebendo que os Live Events são ótimos para venda e branding, e aproveitando-se de um movimento que então se criara entre os funnel builders que “hackeavam” funis de concorrentes, ele criou o Funnel Hacking Live.
Se não me engano esta terá sido a 6ª edição, e todas elas tiveram como palestrantes, empreendedores que conseguiram ter resultados notáveis com a utilização deste software, alcançando o prémio 2CC – Two Comma Club (prémio de reconhecimento a empreendedores que tiveram 1 funil que tenham realizado 1 milhão de dólares).
Portugal conta com pelo menos 6 prémios destes. 3 estão na mão do meu mentor Ricardo Teixeira, 1 com a Sandra Ribeiro que pertence à mentoria pelo Ricardo Teixeira, 1 com um antigo membro da equipa KIAI do Ricardo Teixeira e outro com o Paulo Faustino.
E por falar de grande eventos…
Neste artigo do blog vou procurar sintetizar os principais insights e takeaways do FHL23, sendo que para mim a verdadeira aprendizagem veio com o exercício da desmontagem ou desconstrução do Story Arc do evento.
Foram 4 dias de evento, muitas páginas de apontamentos, por isso este artigo vai ser longo. Mas espero estar à altura das tuas expectativas e realmente conseguir entregar-te valor em insights que possam virar o jogo a teu favor, para que tenhas resultados explosivos no teu negócio.
Aperta o cinto! Vamos lá começar!
Table of Contents
Dia 1 - A Oportunidade
Os eventos deste género, quando bem montados e estruturados, tem 4 fases:
- Fase #1 – A Oportunidade
- Fase #2 – A Transformação
- Fase #3 – A Experiência & Venda
- Fase #4 – Combate às Objeções
Neste primeiro dia, tudo foi sobre a Oportunidade. A Oportunidade crescente de se ter um negócio e ser um empreendedor bem-sucedido na era digital.
Russell Brunson falou do propósito e dos objetivos de vida que nos permitem definir objetivos claros.
Ao longo do dia (e do evento) citou várias vezes Napolion Hill e várias das suas obras, com especial destaque ao best Zeller “Think and Grow Rich”, e da “definitness of purpose”.
Chegou mesmo a dar o exemplo do memorando do Bruce Lee, quando este estava a tentar entrar para o mundo de Hollywood com o desejo de ser a primeira e maior estrela asiática deste mundo.
My Definite Chief Aim
I, Bruce Lee, will be the first highest paid Oriental super star in the United States. In return I will give the most exciting performances and give the best of quality in the capacity of an actor.
Starting 1970 I will achieve world fame and from then onward till the end of 1980 I will have in my possession $10,000,000. I will live the way I please and achieve inner harmony and happiness.
Em Live Events ou mesmo durante lançamentos, webinars, cartas e páginas de venda, deve existir uma dança entre a razão e a emoção. Então Russell começou por explicar como é que o nosso consciente pode treinar o nosso subconsciente, de forma que os nossos pensamentos estejam sempre (tanto quanto possível) alinhados com o nosso “definitness of purpose”.
Isto, porque muitas vezes sentimos a voz da “resistência”, que não é mais do que a síndrome do impostor que muitas vezes assombra a mente do empreendedor e lhe diz: “Quem és tu para ser alguém na vida?”, “Quem pensas tu que és para ser um empreendedor de sucesso e não um trabalhador pela conta de outrem?”…
Depois falou da framework da jornada do herói, que é longa e não vou incluir neste artigo. Se quiseres mais sobre a Jornada do Herói, deixa um comentário no blog, envia-me uma mensagem no Instagram ou lê o livro Expert Secrets.
Entretanto o Tood Dickerson, sócio e cofundador da Clickfunnels subiu a palco para um momento emocionante em que passaram um vídeo de homenagem e tributo a Dave Woodward (CEO da Clickfunnels) que não resistiu a um cancro.
Após este momento que provocou emoção na plateia, fizeram um overview das estatísticas dos utilizadores da Clickfunnels e quantas pessoas ganharam o prémio de reconhecimento 2CC.
Saíram do palco para dar lugar ao MC do evento que reforçou a ideia que muitos dos speakers do FHL23 começaram do absoluto zero e tiveram de batalhar muito para hoje estarem muito bem financeiramente e ter a oportunidade de palestrar no evento.
Brad Gibb & Ryan Lee
Os primeiros palestrantes que subiram em conjunto a palco foram Brand Gibb e Ryan Lee com o tema “Movement vs Business”, e mostraram como um negócio “foleiro” e sem charme se transformou num movimento que os seus clientes ostentam com orgulho.
E começaram com “Once apon a time…” (era uma vez) precisamente para agarrar a atenção das 5.000 pessoas que se encontravam no evento.
O Storytelling é muito forte e realmente funciona! Podes saber um pouco mais sobre storytelling neste artigo do blog.
No caso, o seu negócio é de venda de seguros de vida. Efetivamente, à partida, não teria nada de interessante para iniciar um autêntico movimento junto dos clientes, que exibiam fotos com merchandising da marca.
Partilharam a receita de 4 coisas para transformar um negócio num movimento.
#1 – Torna-te impossível de copiar (pelos teus concorrentes)
Perceberam que se queriam ser diferenciadores no nicho, não podiam falar de dinheiro e seguros, mas sim dar enfase à liberdade como um estilo de vida.
Foi isso que começaram a vender aos seus clientes. A liberdade que os clientes poderiam alcançar através dos produtos e serviços que Brand e Ryan vendem.
“Our Core Values became our Core Motivator!”. Então convidaram as pessoas a refletir sobre qual o seu Core Motivator e o seu porquê de fazerem o que fazem.
#2 – Como ignorar o teu produto é o melhor que podes fazer.
Tens de retirar o foco no produto, porque as pessoas não querem o teu produto para nada. Elas querem sim aquilo que o teu produto ou serviço pode fazer por elas ou como é que as pode fazer sentir, seja pelo resultado direto ou pelo resultado do resultado (falo nisto muitas vezes).
Mostraram o vídeo que usaram nos anúncios e páginas de venda (com muito foco na dor do avatar).
- Passo 1 – Remover a atenção do produto (seguros) para o problema do avatar.
- Passo 2 – Levar da dor ao prazer, mostrando aquilo que é possível alcançar.
- Passo 3 – Se não souberes qual é o grande problema/dor/desafio do teu avatar, então tens de perguntar:
- O que quer?
- Porquê? (encontrar a ligação emocional para usar na persuasão)
- Quem queres ser?
#3 – Que identidade da aos clientes e ao movimento.
Tal como Russell Brunson se apropriou do termo funnel hacker como muitos utilizadores do software se intitulavam, ele criou o movimento e evento Funnel Hacking, eles fizeram algo semelhante para o negócio deles.
Depois disseram 3 coisas que os ajudaram a converter clientes em fãns.
- Objetivo
- Sistema
- Identidade (be today the person you wish to become tomorow)
#4 – Focar no resultado que as pessoas conseguem obter e não naquilo que o negócio deles consegue obter.
“Assim que acreditas e tens as skills, a única variável é o tempo” (que vais demorar a atingir o objetivo que pretendes).
Eles disseram isto, porque serviu de mote para todo o resto do evento (cá está o Story Arc), no qual se ia explicar como funciona e como implementar o modelo Linchpin no negócio (modelo que tem o fundamento que tudo aquilo que fazemos no negócio tem de levar a um produto de continuidade/subscrição. É uma evolução à Escada de Valor).
Ou seja, se as pessoas que assistiam ao evento já tinham um negócio ou estavam a dar os primeiros passos no empreendedorismo e já faziam funis, então já tinham as skills necessárias para aplicar o modelo Linchpin.
Durante todo o evento iam ver como ver como de facto é possível e faz todo o sentido aplicar o Linchpin, e próximo passo lógico seria adquirirem o clickfunnels ou juntarem-se a um dos programas de mentoria.
Russell Brunson
Saíram do palco e deram lugar ao Russell que partilhou um vídeo que fez o pre-frame para o que iam aprender sobre o Linchpin e como utilizar o workbook que disponibilizaram para o evento.
Uma coisa muito bem pensada que fizeram foi, a cada passo do processo de implementação do Linchpin, passavam um vídeo a mostrar o que acabaram de aprender (sumário para fixar ideias e reter os novos conhecimentos, e introduzir o mote para o próximo passo do modelo).
Russell palestrou com o tema “Promotion Business vs Continuity Business”, explicando que aquilo que muitos aprenderam a fazer com a Escada de Valor foi aplicar estratégias de venda para os seus produtos, seja por VLS, webinar, desafio e lançamentos.
E, embora isso por si só seja suficiente para ter um negócio de sucesso, exige estar constantemente a promover o porduto, o que pode gerar algum desgaste. Com Linchpin, os negócios conseguem aumentar a faturação recorrente e mesmo conseguir previsibilidade de faturação, o que é ótimo para mostrar a investidores.
Introduziu o MIFGE, um acrónimo para Most Incredible Free Gift Ever, e é algo que Russell aprendeu com Dan S. Kennedy, e consiste em fazer uma Oferta logo após um registo ou uma compra, e essa Oferta tem de incluir uma O.T.O. (One Time Offer – Algo que o cliente não encontre em mais nenhum lugar) e um produto de subscrição associado, precisamente no sentido do Linchpin.
Outro ponto do Linchpin que o Russel introduziu foi a “The Attractive Character Flywheel, e ainda a “Dramatic Demosntration”.
Perry Belchor
Depois destas introduções, Russell deu lugar a palco a Perry Belcher que palestrou sobre o tema “How to add a new stream of income, without spending a dime…”
Perry começou (e muito bem) que “O dinheiro está na lista!” e, portanto, tudo deve começar por aí, pela construção de uma lista de contactos (List Building) de pessoas interessadas naquilo que temos para oferecer: Leads e prospetos.
Disclamer: nos Estados Unidos da América, as preocupações com a privacidade e proteção de dados, não é tão incisiva como na União Europeia, por isso, algumas coisas que Perry partilhou não são aplicáveis no nosso mercado, por não respeitarem o RGPD.
Contudo, partilhou algumas ferramentas que podem ser interessantes para explorares, como a substack.com e o Chat GPT para te ajudar a criar as tuas newsletters e nunca te faltar conteúdo e, dessa forma, não sofreres da síndrome da folha em branco.
Para o nosso mercado, aquilo que te aconselho fazer para criar lista é teres um lead magnet, algo que dás às pessoas e que está diretamente relacionado com o teu nicho e com aquilo que vendes, em troca do seu nome e email.
O Lead Magnet pode ser, por exemplo:
- E-book
- Checklist
- Ficheiros de Excel
- Compilação de vídeos ou tutoriais
- Workbook
- Desafio
Mas para conseguires o máximo de Leads para o teu negócio, tens de gerar tráfego, e isso deu mote para a reentrada do Russell que veio lembrar que tem um livro chamado Traffic Secrets (aposto que nesse preciso momento houve gente a pesquisar na Amazon).
Algo mesmo muito interessante que o Russell partilhou e que diz ter vindo a resultar com ele (é por isso que a malta curte bués o Russell) foi uma forma astuta de gerar tráfego das redes sociais para as tuas páginas, sem investir um cêntimo e sem ser prejudicado pelo algoritmo (ele tem um “ódio” de estimação ao Mark Zuckerberg. Cá entre nós, acho que todos temos…).
O Russell faz uma publicação na qual aplica um ganho e desenvolve no comentário 1 ,2, 3 e 4 e depois partilha o link para registo na newsletter. Acho mesmo que vale a pena experimentar!
Eric Thayne
Seguidamente deu lugar a Eric Thayne eu nos veio mostrar como fazer Shorts que realmente funcionam.
Thayne diz que faz todos os seus shorts como se fossem um webinar de 60 segundos e que consegue 1000 novos seguidores diários com esta estratégia, mas que implica teres de publicar todos os dias (o que, se tens um negócio, tens mesmo de o fazer…).
Disse algo que me deixou a refletir, que foi “Influence is the new currency” e aconselhou um livro: Oversubscribed.
Nos seus shorts ele basiou-se no webinar perfeito em 5 minutos que Russell explica num dos seus livros (Hook > Story > Offer), então ele começa o short com 1 Gancho que faça o seu avatar parar o scroll e que faça o pre-frame do que vem a seguir, conta uma breve história com 3 segredos e termina com uma Oferta.
Eric vai lançar um livro que à data que escrevo este artigo ainda não está disponível.
Contudo, as pessoas que marcaram presença no FHL 2023 tiveram várias prendinhas 😀
Stu McLaren - The Village Impact Fundation
Depois o Russell convidou o Stu McLaren para mostrar o projeto de solidariedade no Quénia (ele constrói escolas) e depois pediram às pessoas para fazer donativo.
A coisa não correu lá muito bem, porque já muita gente havia saído da sala, visto que o Russell falou que ia haver um intervalo, mas esqueceu de mencionar a entrada do Stu.
Resultado, tiveram poucos donativos (acho que $30.000) para o objetivo de construção de uma escola ($150.000), mas isto ficou resolvido no segundo dia 😊.
Jocko Willink
Depois do intervalo veio o Jocko Willink, antigo Marine ou Navy Seal dos E.U.A.
Como seria de esperar, esta malta bate mal p’ra c@r@%&#… É Deus no céu e o poder militar da América na terra e o perfume favorito deles é o da pólvora queimada após o disparo de uma Desert Eagle ou Magnum 44…
Cenas maradas à parte, eu não estava mesmo a perceber o contexto da palestra do militar, pois estava a contar a história de um dos destacamentos dele e do pelotão que comandava no Iraque (violência ao infinito e mais além), mas depois até gostei da ligação entre a organização militar e a organização empresarial, e tudo fez muito sentido (exceto as cenas maradas e os Oorah! que se se faziam ouvir na sala…).
Então aquilo que ela diz ser aplicado no comando de um pelotão é o mesmo que se deve aplicar no comando de uma equipa, as leis de combate:
- Cover and Move
- Trabalho em equipa.
- Se a equipa falha um objetivo, é porque o coletivo falhou e então não faz sentido culpar este ou aquele.
- Criar relações é importante para a saúde e coesão do grupo
- Simplificar
- Simplificar a missão: 1 único objetivo principal
- Comunicação: simples, clara e concisa
- Se as pessoas não conseguem perceber que comando foi dado, elas não vão conseguir executar
- Priorizar e executar
- Relaxa, olha em volta e toma uma decisão que te pareça a mais indicada (pior do que tomar uma decisão errada é não tomar uma decisão)
- Reconhecer, analisar e agir sobre o problema
- Distancia-te um pouco para ter uma visão macro
- Descentralizar o Comando
- Todos têm de ser líderes ou ter a iniciativa de tomar uma decisão e agir quando necessário (basicamente é: Se estás a ver a casa a arder, não esperes pelos bombeiros, FAZ ALGUMA COISA!
- Não basta a equipa perceber o que tem de fazer, mas também o porquê!
- Não esperar por uma ordem de um superior. Lidera (neste ponto creio que se deve ter cautela)
- Bold decisiveness and definitness of purpose – Tens de ter tomates na tomada de decisão, por vezes há que arriscar, porque não sempre tens toda a informação que gostarias de ter.
Pelo que vi até este momento do evento (e mais tarde constatava-se que isso aconteceu em todos os dias do evento), os palestrantes faziam pelo menos 1 referência a algo que algum palestrante anterior tina dito.
Isto ajudava a montar as peças e ligar os pontos, para que o story arc do evento fizesse sentido aos olhos da plateia.
Última nota do Jocko: “Be aggressive by default (in solving problems)”
Conclusão
Assim terminou o 1º dia do Funnel Hacking Live 2023, e ainda tivemos mais 2 dias longos pela frente.
Como podes ver, ficaria um artigo demasiado extenso se condensasse os 3 dias de evento num único post, por isso vou dividir esta experiência em 3 artigos do blog para que seja mais fácil de digerires toda a informação.
O que achaste deste primeiro dia e do que viste até agora sobre o modelo Linchpin? Deixa um comentário no blog para eu saber o que pensas!
Vê aqui como foi o 2º dia do Funnel Hacking Live
Um grande abraço,
Marco